quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A viradinha aconteceu


O mundo vem se modernizando e os hábitos das crianças também. Hoje é comum presenciarmos a seguinte cena: crianças brincando juntas, mas cada uma com um celular ou tablet na mão. Não questiono a importância da tecnologia, muito pelo contrário, entendo que ela é uma importante ferramenta de difusão de conhecimentos. Por esse motivo pensei em um projeto e, coincidentemente, recebi um convite para participar da Virada Cultural de 2014, como proposta enviei a Viradinha Cultural que tem o propósito de incentivar o desenvolvimento da futura geração produtora e consumidora de cultura através de oficinas como pintura, gastronomia, teatro, música e jardinagem.

O tempo para execução do projeto era menor do que eu havia planejado, por isso tive que adequá-lo para se encaixar no cronograma do evento. Logo pela manhã a Tia Júlia contou uma boa estória seguida de uma oficina de ilustração. Na atividade, as crianças usaram a sua imaginação para fazer o desenho do seu lar. Com toda a criatividade bruta e latente da caixola dos pequenos tivemos resultados muito interessantes.


Depois da oficina de ilustração houve uma pausa de 30 minutos, tempo que foi servido um lanche com frutas e sucos. Não foi fácil lidar com 40 crianças ao mesmo tempo e, por mais que tivesse ajuda de alguns amigos, o jeito foi subir na cadeira, chamar a atenção de todos e pedir para que lavassem a mão para servimos o lanche.


Tia Sophia, menina que de tanto andar pelo mundo mais parece uma centopeia, chegou para dar a oficina de gastronomia. As crianças meteram a mão na massa e prepararam tortilhas de vários sabores. Elas mostravam com orgulho o que haviam cozinhado para as outras crianças e, principalmente, para seus pais.


Depois de todo mundo comer, a tia perguntou se eles tinham gostado e a resposta foi um sonoro e coletivo sim. Para surpresa de algumas crianças, elas tinham preparado tortilha com massa de batata doce. Não posso afirmar que foi novidade para todas, mas muitas se surpreenderam pois nunca haviam provado alguns legumes utilizados ali porque achavam eles feios e/ou ruins.  Ainda bem que a oficina abriu um pouquinho a cabeça deles, gostaria de 
saber se hoje em dia o paladar de algumas delas mudou ou não. O resultado final foi positivo com pais e crianças saindo felizes

Não sei se incentivei a mudança de hábito de alguém, pode ter sido apenas um dia de brincadeiras para todos que participaram. Mas, para mim, esse único dia foi e é muito importante, indo muito além da diversão que é o pontapé inicial.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu sou pai, eu sou gato, digo kato. Eu sou o pai kato.

Em algum dia do mês de agosto, acredito ser no segundo domingo do mês, é comemorado o dia dos pais. Esse ano me chamaram para falar sobre guarda compartilhada para um jornal impresso e em um programa de tv que eu não me recordo. Como minha voz não é que nem de radialista dos anos 80, não quis aparecer na tv e saí apenas no impresso. Fui pop por um mês e até música cantavam pra mim: "O kato é pop, o kato é pop, o kato não poupa ninguém". Fiquei sem graça por 15 segundos, o suficiente para aparecer no instagram, e depois entendi o significado de sub celebridade ( ainda no aguardo de um chamado do A Fazenda ).

Mas voltando, as perguntas feitas na entrevistas me pareceram estranhas. Parecia ser uma surpresa para a sociedade um pai fazer café da manhã, preparar a merenda, levar e busca o filho na escola e etc. Tenho a absoluta certeza que não sou o único pai que faz isso, até porquê tenho muitos "amigos" que fazem até mais que eu, acho desnecessário essa super valorização do pai que é pai.

Falei, falei e falei, mas não falei da guarda. Não entrei na justiça e nem entraram na justiça contra mim, foi um acordo verbal que muito gente não entende a logística. Mas como as pessoas gostam de reclamar e se meter na vida dos outros muita coisa eu tenho que ouvir, lógico que muitos conselhos são valiosos, agora imposição de valores é foda.
O mais importante foi que o João entendeu e isso pra mim basta.  Agora é esperar o convite do A Fazenda, do Esquenta ou outros

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Os nossos primeiros passos

Estamos sempre aguardando o primeiro Beta HCG positivo, primeiro ultrassom, primeira vez que seguramos no colo, primeiros passos e tudo aquilo que sabemos que um dia vai acontecer, só estamos esperando a primeira vez para soltar aquele largo sorriso. A cada nova descoberta, um novo aprendizado.
Quando descobri que seria pai minha vida mudou, quem me conhece sabe muito bem disso, minhas prioridades mudaram. Era colecionador de camisa de futebol, não faço a mínima ideia quantas tinham, só sei que vendi quase todas para comprar o enxoval do João, mas é claro que as  do Remo, Arsenal e BvB continuaram no meu guarda roupa.

Quando o segurei no colo pela primeira vez pensei: "vou precisar aprender a tomar banho e fazer comida". Meu ovo frito está cada vez mais gostoso, o João a cada dia mais cheiroso e com os cachos muito bem definidos. Apesar de não ter passado nem 5 anos muita coisa já aprendi, e não só a cuidar do João, também a cuidar de mim e do próximo. Uma das coisas que não estavam na cartilha eram as coisas que o João iria me ensinar. Apesar de ser kato, pouca coisa eu sei falar e muito menos escrever em Japonês. Como o João estuda em uma escola nipo-brasileira estou aprendendo junto com ele a língua japonesa, na verdade ele que está me ensinando. Se por acaso falo a cor errada ele fica irritado e me corrige, por esse motivo temos uma folha grudada na geladeira com as palavras básicas: Bom dia, boa noite, obrigado, de nada e etc.


Com isso vem a independência. Hoje ele não quer que ninguém vá com ele ao banheiro, busca água sozinho, escolhe a roupa que quer sair e se veste quando não está de mau humor. Tem seu próprio quarto, sua cama e suas tarefas que nem sempre realiza, mas um dia acordei e quando fui ao quarto dele a cama estava arrumada (oun).


O João me proporciona os melhores aprendizados e as maiores risadas. Ele tem tiradas inesperadas e atitudes sapecas. Como vou esquecer o dia que ele pediu para eu não tomar refrigerante porque tem muito açúcar? Ou a vez que ele foi à cozinha e pegou um copo d'água, eu perguntei porque ele pegou mais um copo e ele respondeu que o copo era pra deixar ao lado da cama da Ju, pra ela beber de noite.Essas são apenas algumas situações de tantas, elas não estão em fotos ou vídeos, só quem convive sabe como realmente é. Afinal de contas, como registrar o inesperado?