sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Finalmente

Como disse o visionário Compadre Washington: “Depois de noves meses você vê o resultado”. No dia 18 de novembro o João resolveu sair do conforto da barriga da mãe para “sofrer” na mão de um pai de primeira viagem.
Todos perguntam o que eu senti ao vê-lo pela primeira vez e nunca consigo responder, mas tentarei explicar e nem lembro onde foi (tudo indica que foi no maternidade ). Parece que voltei no tempo e lembrei tudo que aconteceu; o exame da farmácia, o BETA HCG, primeira ultassonografia, a descoberta do sexo... Cada momento foi memorável e ver todos juntos é algo inexplicável.
Depois dessa parada no tempo eu pude segurá-lo no colo, foi uma mistura de felicidade com medo. Nunca tinha segurado um bebê e as vezes que tinha segurado um ursinho de pelúcia ou até mesmo um travesseiro ele tinha caído da minha mão, mas tudo deu certo e o João não caiu, apesar de tê-lo segurado de uma forma que ele começou a chorar.
Depois de o terem limpado e levado para meu lado e da Leila puder ver como filho é bonito. São 51 centímetros de pura beleza e tem gente que fala que ele é a minha cara. Ele tem olhos puxados, orelha de abano, nariz de batata e lábios finos como o da mãe.
O João é um bebê muito calmo, não chora por besteira, porém muito agitado. Só chora quando está com fome, sujo ou com sono. Não tenho o que reclamar, até quando ele faz cocô na minha camisa fico feliz. Porque depois da merda sempre vem o sono e quando ele dorme tiro a minha soneca, afinal dormir é luxo.
O mais legal foi que ele chegou em casa no dia do meu aniversário, sendo clichê, isso que é presente de aniversário. No mesmo dia recebeu várias visitas e presentes. Ficou acordado até o fim da festa, como um bom anfitrião, diferente do pai.
Agora meu dia se resume em trocar fralda, fazê-lo arrotar e colocá-lo para dormir, mas eu sempre me divirto nessas horas. Quando troca sua fralda sempre conversamos, algumas vezes ele faz xixi em mim, na hora de arrotar ele sempre faz umas carinhas estranhas como se tivesse me encarando e na hora de dormir eu canto cada música... Não tenho o que reclamar apenas agradecer que meu filho nasceu saudável, bonito e sagaz.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nove Meses

Acho que estou ficando mais maluco que já sou, se antes minhas filosofias não faziam sentido agora que elas não fazem mesmo. Sempre que meu celular toca eu penso que o João tá nascendo e quando vejo que a ligação é da Leila eu tenho quase certeza. Toda dor que ela sente eu quero pegar o telefone é ligar para a ginecologista. Na verdade estou uma pilha, mas voltemos um pouco ao passado.
Há nove meses eu estava sentado no Tuna conversando com os amigos, filosofando a respeito da vida, religião, política... Depois disso estava ensinando a Leila a usar o twitter, na casa dela, a gente tinha acabado de se conhecer. Durante esses nove meses desde que voltei a Belém, fiz muita coisa... Fui chamado pra jogar bola com o Pedrox, sendo que até hoje ele não apareceu, coincidentemente meu velho amigo Renato participava desse futebol e estou revivendo os REDS ao lado do Oz. Reencontrei alguns amigos e outros eu vi apenas no jornal, não, não foi no caderno policial. Algumas pessoas conseguiram realizar seus sonhos, por mais difícil que fosse e eu estava presente, outras continuam tentando. Fiz novas amizades e reencontrei uma amiga que jura de pés juntos que a bunda da formiga mudou de cor após tomar suco de beterraba. Presenciei o casamento de um casal especial, Suzane e Mateus. Pude aproveitar melhor a minha amizade com o amado Padrinho do João, Arthur e sua fiel, guerreira e amada Lais. Voltei a remar, remo é meu esporte favorito e arrumei um trabalho. Mas, o principal, foi que me apaixonei pela Leila e hoje moramos juntos.
Eu pensei que durantes esses nove meses eu dormiria muito mais, me enganei. Tinha que preparar uma casa, um quarto, um carro e muito mais para a chegada do meu filho. Vendi grande parte das minhas camisas de futebol para comprar algumas coisas para o quarto do João e mais camisas do Arsenal (não vendi as do Arsenal porque eu não vendo manto sagrado).
Com certeza não teria passado por tanta coisa boa se não fosse o pequeno bebê semi-nipônico. Eu estaria vivenciando outras experiências, não posso afirmar se seria melhor ou pior, mas o final com certeza não seria tão gratificante como a vinda do João. Só espero que meu pequeno venha antes que eu roa todas as minhas unhas.