terça-feira, 28 de setembro de 2010

Descoberta da Paternidade

Saber que vai ser pai não é apenas pedir pra sua mulher mijar em um pedaço de papel pra saber quantas faixas irão aparecer, esse é só o primeiro susto, duas faixas: positivo. Ainda ficamos cogitando a hipótese de o exame ter dado errado, afinal somos influenciados pela mídia e ela vive nos contando como esses testes dão errado. Chega a hora de buscar o resultado do exame de sangue, não bastasse o nervosismo típico de final de capítulo de novela das oito, o laboratório me inventa de colocar o resultado de uma forma bem confusa “Resultado: Reagente” e “Valores de Referência: Não Reagente”. Mas o que isso quer dizer? Até hoje não sei, só sei que em novembro serei pai.
Como todo bom cidadão, resolvi contar logo para as pessoas mais próximas e esperar que essas contassem SÓ pra um amigo. O telefone sem fio foi bem grande, mas pra minha felicidade não chegou ao ouvido do meu pai. Queria que ele soubesse por mim, pensei que seria difícil falar com o velho, porém foi super tranqüilo. Reação inusitada eu tive da minha irmã, madrinha do meu filho: “Paty, vou ser pai”. Minha irmã: “tá, beleza”. No outro dia recebo um email com mil perguntas, sendo a última: “você já canalizou que vai ser pai?”. Disse que sim, mas a questionei se ela tinha canalizado que seria tia e a resposta não poderia ser outra – NÃO.
A pior parte nem foi encarar o pai, como eu havia pensado, e sim as tias. Elas falam mais que a preta do leite e acham que sou aquela pequena raposa nipônica. Sei que um conselho nunca é de mais, porém tudo tem seu limite e um pouco de noção não faz mal a ninguém. Esse dom de perguntar além da conta não é só das tias, o que não faltam são pessoas fazendo perguntas. Não sei como até hoje ainda não perguntaram em que posição sexual meu pequeno foi feito.
O mais engraçado nesse período é o pessoal querendo adivinhar se é menino ou menina. Surgem N teorias e zilhões de videntes, é nessa hora que você descobre que tem um amigo macumbeiro ou que se comunica diretamente com o senhor. Foi cada teoria que eu ouvi: “a barriga dela ta pontuda, é menino”, “se quando você pedir a mão dela ela mostrar primeira a palma é menina”, “olha a anca dela, é menina”. Mas como disse a ginecologista pra minha mulher: “a probabilidade de acerto é de 50%, é como acertar um cara ou coroa”.
Pois bem, algumas perguntas só serão respondidas no futuro e outras nunca serão. Melhor assim, agora é curtir cada segundo dessa gravidez. Dividindo os desejos com a Leila e se curtindo, afinal gravidez não é doença e por mais que quem fique com a barriga seja a Leila, vou aproveitar cada dia como se ela tivesse comigo também.
É muito fácil pro homem emprenhar a mulher, porém dar toda a assistência e ser companheiro infelizmente não é regra. Comigo eu quero que seja diferente, quero que minha mulher saiba que pode contar comigo pra tudo, que acima de tudo estão eles.