segunda-feira, 17 de abril de 2017

Que bonito, que bonito hein papai!!!


Que bonito, que bonito ver o papai reclamando do comportamento do filho. Falando que ele que só quer ver tv ou ficar no tablet/celular. Que bonito hein.
Já parou de reclamar do filho e começou a olhar pra si? Pois é, nos últimos dias ouvi a seguinte frase do João: "Eu sou do clube das crianças que querem ser felizes e tu és do clube de quem quer criar regrar"

Fora do contexto parece que sou um caga regra ditador, mas a frase foi dita após eu corrigir um erro de português do filhote. De qualquer forma isso me fez refletir sobre minhas atitudes em casa, tipo aqueles castigos criados para que o pequeno não faça birra ou usar alguma coisa como moeda de troca “te comporta que vais poder ver tv”.  Até mesmo na quantidade de tempo que passava na frente da TV e celular, felizmente ele entende que futebol é mais que um jogo.
Nessas últimas 2 semanas, algumas coisas mudaram e realmente ficou tudo mais leve. Tanto ele quanto eu ficamos menos tempo olhando pra uma tela e quando olhamos estávamos juntos. Brincamos de carta pokemon onde a regra era se divertir.
O filho que via o papai sentado no sofá enquanto a poeira passava pela sala como em um filme de faroeste, começou a arrumar seu quarto e ajudar na limpeza da casa.

No sábado tiramos as roupas do varal e dobramos juntos, cada um ficando responsável pela sua. Fomos ao supermercado, ele escolheu as frutas e em casa nos ajudou cozinhar.
Pode ter sido tarde, mas aos pouco vamos dando mais responsabilidade pro little John.
 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Vamos falar de aborto!

Estou longe de ser uma pessoa politizada e de falar sobre assuntos polêmicos. Mas não tenho como ficar calado a respeito do aborto, uma decisão que só uma pessoa pode tomar e que todos querem opinar.
Eu sou pai, porém a decisão de ter o filho não foi minha, dos políticos de Brasilia, FBI e tantos outros, a decisão foi da Leila. Não paro de ler que tudo isso é besteira, pois existem vários métodos contraceptivos, E DAÍ?
 Digamos que não ter se precavido de uma possível gravidez seja um risco, então quer dizer que um erro justifica que tenhamos milhões de pessoas no mundo que não tenham água potável para beber, que não tenham comida para comer?
Se o Brasil está pensando no dinheiro ~é caro dar auxílio para todas as mulheres que querem abortar~ Será que eles não pensaram que é muito mais caro"dar" uma qualidade de vida para todas as crianças que vão nascer? Ah, esqueci que eles não fazem isso, se já não fazem isso agora e que é dever deles.
É fácil ver o não quando olhamos para o lado e temos o necessário para criar uma criança, agora custa olha pela janela e ver que nem todos tem condição para isso? Custa pensar?
Se o motivo é religioso, por favor estamos no século XXI e com todo respeito. Nenhuma religião está acima de ninguém
O motivo é politico e todos nós sabemos, x não quer perder votos com bancada y. Z não pensa no ser humano e sim no seu umbigo ou bolso.
Não estamos falando de um tamagochi e sim de uma vida.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Seis anos após o jogo da minha vida




Era esperado que o jogo fosse dia 20 /11/2010, porém o juiz(pediatra) avisou aos desinformados que não dava pra esperar e seria necessário adiantar a partida (cesária). Até hoje não entendo muito bem o que aconteceu, só sei que tinha a ver com dilatação e outras palavras que com certeza não saberei escrever. Pensando na saúde da Leila e do João, vimos que o certo seria agendar a cesária e foi o que aconteceu. O jogo foi remarcado para o dia 18/11, uma sexta feira.  ( Coincidência, né? Acho que a pediatra não tava afim de perder o fim de semana e o faustão).


O dia chegou e todos estavam na torcida,uns foram pro "campo" e outros ficaram bebendo no bar, para uns essa é a melhor forma de assistir um jogo.Fui punido pelo STJD(hospital) e tive que acompanhar o jogo do lado de fora, o advogado do Fluminense nunca deixaria isso acontecer. A bola rolou e nada de gol, a torcida estava impaciente com a decisão do STJD e queria invadir o campo. Já estávamos chegando nos 45 minutos do segundo tempo, desânimo e angustia eram meus sentimentos. Ao mesmo tempo que tentava ser forte como um Odvan, um pouco de Thiago Silva pairava sobre mim. 

Não demorou muito e gol, Galvão gritava loucamente na cabine, eu corria feito o Tite na lateral na esperar do apito final. O Juiz ergueu os braços e pude ver pela primeira vez o orelhudo, entendedores entenderão, de 51cm com seu nome escrito na pulseira. O objetivo havia sindo atingido, mas não adianta vencer um torneio e não manter a regularidade.  Durante esses 6 anos, deixei de ser técnico para virar manager e me tornei uma fusão de Jurgen Klopp(aquele pai emotivo, que joga o filho pra cima na vertical) com Arsene Wenger  (aquele pai que pensa nas finanças e no crescimento do filho).

Vi muita coisa acontecer durante esses anos, briguei algumas vezes com a sócia majoritária porém mantemos uma relação onde o mais importante é o Clube. Além da sócia majoritária, tenho uma excelente auxiliar técnica, que me ajuda na manutenção do time, aponta erros e acertos e  muitas vezes assume o cargo quando viajo. Não posso esquecer a torcida, elas abraçaram o time e acreditam no trabalho que está sendo realizado. Claro, sempre  tem alguém pra corneta, mas toda crítica é valida e aprendemos com ela. ( a única que me ofendeu foi: reserva de magrão)


Cometi várias falhas durante minha gestão e venho aprendendo , mas é muito gratificante ser abraçado pelo time no  fim do jogo. Nunca serei o melhor e estou longe de querer ser o Special One, quero estar em segundo plano e que as vitórias não sejam fruto do meu trabalho, pois trabalhos juntos e ele sim é um vencedor.

Amo muito esse filho que vi nascer e carreguei no braço, acompanhei seus primeiros passos e hoje caminha com as próprias penas. Estarei sempre presente pra você,

João, te amo

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A viradinha aconteceu


O mundo vem se modernizando e os hábitos das crianças também. Hoje é comum presenciarmos a seguinte cena: crianças brincando juntas, mas cada uma com um celular ou tablet na mão. Não questiono a importância da tecnologia, muito pelo contrário, entendo que ela é uma importante ferramenta de difusão de conhecimentos. Por esse motivo pensei em um projeto e, coincidentemente, recebi um convite para participar da Virada Cultural de 2014, como proposta enviei a Viradinha Cultural que tem o propósito de incentivar o desenvolvimento da futura geração produtora e consumidora de cultura através de oficinas como pintura, gastronomia, teatro, música e jardinagem.

O tempo para execução do projeto era menor do que eu havia planejado, por isso tive que adequá-lo para se encaixar no cronograma do evento. Logo pela manhã a Tia Júlia contou uma boa estória seguida de uma oficina de ilustração. Na atividade, as crianças usaram a sua imaginação para fazer o desenho do seu lar. Com toda a criatividade bruta e latente da caixola dos pequenos tivemos resultados muito interessantes.


Depois da oficina de ilustração houve uma pausa de 30 minutos, tempo que foi servido um lanche com frutas e sucos. Não foi fácil lidar com 40 crianças ao mesmo tempo e, por mais que tivesse ajuda de alguns amigos, o jeito foi subir na cadeira, chamar a atenção de todos e pedir para que lavassem a mão para servimos o lanche.


Tia Sophia, menina que de tanto andar pelo mundo mais parece uma centopeia, chegou para dar a oficina de gastronomia. As crianças meteram a mão na massa e prepararam tortilhas de vários sabores. Elas mostravam com orgulho o que haviam cozinhado para as outras crianças e, principalmente, para seus pais.


Depois de todo mundo comer, a tia perguntou se eles tinham gostado e a resposta foi um sonoro e coletivo sim. Para surpresa de algumas crianças, elas tinham preparado tortilha com massa de batata doce. Não posso afirmar que foi novidade para todas, mas muitas se surpreenderam pois nunca haviam provado alguns legumes utilizados ali porque achavam eles feios e/ou ruins.  Ainda bem que a oficina abriu um pouquinho a cabeça deles, gostaria de 
saber se hoje em dia o paladar de algumas delas mudou ou não. O resultado final foi positivo com pais e crianças saindo felizes

Não sei se incentivei a mudança de hábito de alguém, pode ter sido apenas um dia de brincadeiras para todos que participaram. Mas, para mim, esse único dia foi e é muito importante, indo muito além da diversão que é o pontapé inicial.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu sou pai, eu sou gato, digo kato. Eu sou o pai kato.

Em algum dia do mês de agosto, acredito ser no segundo domingo do mês, é comemorado o dia dos pais. Esse ano me chamaram para falar sobre guarda compartilhada para um jornal impresso e em um programa de tv que eu não me recordo. Como minha voz não é que nem de radialista dos anos 80, não quis aparecer na tv e saí apenas no impresso. Fui pop por um mês e até música cantavam pra mim: "O kato é pop, o kato é pop, o kato não poupa ninguém". Fiquei sem graça por 15 segundos, o suficiente para aparecer no instagram, e depois entendi o significado de sub celebridade ( ainda no aguardo de um chamado do A Fazenda ).

Mas voltando, as perguntas feitas na entrevistas me pareceram estranhas. Parecia ser uma surpresa para a sociedade um pai fazer café da manhã, preparar a merenda, levar e busca o filho na escola e etc. Tenho a absoluta certeza que não sou o único pai que faz isso, até porquê tenho muitos "amigos" que fazem até mais que eu, acho desnecessário essa super valorização do pai que é pai.

Falei, falei e falei, mas não falei da guarda. Não entrei na justiça e nem entraram na justiça contra mim, foi um acordo verbal que muito gente não entende a logística. Mas como as pessoas gostam de reclamar e se meter na vida dos outros muita coisa eu tenho que ouvir, lógico que muitos conselhos são valiosos, agora imposição de valores é foda.
O mais importante foi que o João entendeu e isso pra mim basta.  Agora é esperar o convite do A Fazenda, do Esquenta ou outros

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Os nossos primeiros passos

Estamos sempre aguardando o primeiro Beta HCG positivo, primeiro ultrassom, primeira vez que seguramos no colo, primeiros passos e tudo aquilo que sabemos que um dia vai acontecer, só estamos esperando a primeira vez para soltar aquele largo sorriso. A cada nova descoberta, um novo aprendizado.
Quando descobri que seria pai minha vida mudou, quem me conhece sabe muito bem disso, minhas prioridades mudaram. Era colecionador de camisa de futebol, não faço a mínima ideia quantas tinham, só sei que vendi quase todas para comprar o enxoval do João, mas é claro que as  do Remo, Arsenal e BvB continuaram no meu guarda roupa.

Quando o segurei no colo pela primeira vez pensei: "vou precisar aprender a tomar banho e fazer comida". Meu ovo frito está cada vez mais gostoso, o João a cada dia mais cheiroso e com os cachos muito bem definidos. Apesar de não ter passado nem 5 anos muita coisa já aprendi, e não só a cuidar do João, também a cuidar de mim e do próximo. Uma das coisas que não estavam na cartilha eram as coisas que o João iria me ensinar. Apesar de ser kato, pouca coisa eu sei falar e muito menos escrever em Japonês. Como o João estuda em uma escola nipo-brasileira estou aprendendo junto com ele a língua japonesa, na verdade ele que está me ensinando. Se por acaso falo a cor errada ele fica irritado e me corrige, por esse motivo temos uma folha grudada na geladeira com as palavras básicas: Bom dia, boa noite, obrigado, de nada e etc.


Com isso vem a independência. Hoje ele não quer que ninguém vá com ele ao banheiro, busca água sozinho, escolhe a roupa que quer sair e se veste quando não está de mau humor. Tem seu próprio quarto, sua cama e suas tarefas que nem sempre realiza, mas um dia acordei e quando fui ao quarto dele a cama estava arrumada (oun).


O João me proporciona os melhores aprendizados e as maiores risadas. Ele tem tiradas inesperadas e atitudes sapecas. Como vou esquecer o dia que ele pediu para eu não tomar refrigerante porque tem muito açúcar? Ou a vez que ele foi à cozinha e pegou um copo d'água, eu perguntei porque ele pegou mais um copo e ele respondeu que o copo era pra deixar ao lado da cama da Ju, pra ela beber de noite.Essas são apenas algumas situações de tantas, elas não estão em fotos ou vídeos, só quem convive sabe como realmente é. Afinal de contas, como registrar o inesperado?


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Somos um só

Há 4 anos atrás estava agoniado para saber quando  iria ver o João que não fosse através do ultra-som. A previsão era que fosse no dia 20 de novembro, mas a pediatra contou milhões de histórias e fez com ele viesse ao mundo no dia 18. Não vi o parto, segundo os médicos era proibido, esperei e chorei. Quando ouvi o choro dele pela primeira vez não sei como fiquei, quando o segurei no colo pela primeira vez não faço ideia do que senti. 

Um dia ele deitava na minha barriga enquanto assistia futebol, no outro ele acordou e veio andando até mim para me acordar. Antes o carregava no colo como carrego uma bola para jogar futebol, hoje o carrego como se tivesse fazendo musculação. Ele mudou minha forma de pensar e mostrou que o mundo vai muito além do meu umbigo. As decisões eram mais fáceis, mas as conseqüências de hoje são mais relevantes.

Não existe nada mais importante na minha vida que o João, troco tudo para poder ouvir a sua risada ou ficar ao seu lado no hospital quando preciso. Fui abençoado sem ao menos saber se estava preparado, porém o tempo e as pessoas que convivem comigo mostraram que estava no caminho certo. Apesar disso eu sei que errei bastante e infelizmente cometerei outros erros. Talvez um deles seja a frase que digo quando ele se bate e começa a chorar: "Filho, só se bate quem é feliz". 

A relação que construímos é muito bonita,  mais bonita que aqueles cachos voando contra o vento. Posso contar com ele e ele comigo, uma "pessoinha" me traz tanta felicidade com uma simples palavra, papai.